Após mais de cinco anos de trabalhos intensivos, a Catedral de Notre-Dame de Paris será reaberta neste sábado (7/12) com uma cerimônia que contará com a presença de chefes de Estado. O processo de restauração, considerado uma das grandes proezas do século, incluiu a recriação fiel da estrutura de madeira medieval do telhado, que foi destruída no incêndio de 2019. Técnicas medievais, como o uso de machados forjados manualmente, foram empregadas para restaurar a “floresta” de vigas de carvalho, que datava de 850 anos atrás. O restauro foi possível graças a pesquisas detalhadas realizadas antes do incêndio, além de um trabalho conjunto entre carpinteiros e ferreiros especializados.
Além da estrutura de madeira, a reconstrução incluiu a recriação da agulha da catedral, que desabou durante o incêndio, e a restauração dos vitrais, esculturas e outros elementos internos. O projeto também contemplou a preservação e limpeza de peças como o órgão do século XVIII, que havia sido danificado pela fumaça, e os sinos da catedral. As obras também possibilitaram a realização de descobertas arqueológicas, como fragmentos de esculturas e vestígios de períodos romanos e medievais.
A restauração foi financiada por doações que totalizaram 840 milhões de euros, permitindo não só a reconstrução da estrutura danificada, mas também a preservação de detalhes históricos. A cerimônia de reabertura marcará o retorno da catedral à vida religiosa e cultural de Paris, com uma missa inaugural no domingo (8/12). Embora o Papa não esteja presente, a cerimônia terá grande significado para a comunidade internacional, simbolizando a recuperação e preservação de um dos maiores ícones do patrimônio cultural mundial.