O estudo “Cartografias da Violência na Amazônia”, publicado na última quarta-feira (11), revela que 59% dos municípios do Acre estão em disputa entre facções criminosas. De um total de 22 cidades no estado, 13 enfrentam confrontos entre dois ou mais grupos, enquanto algumas áreas estão sob controle exclusivo de uma facção. A pesquisa abrange toda a Amazônia Legal, incluindo oito estados e 772 municípios, e aponta um aumento significativo da presença desses grupos no território, com destaque para o tráfico de drogas, armas e atividades ilegais na fronteira.
Além do Acre, a pesquisa mapeou a atuação de facções em outros estados da região, como Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia, identificando que a disputa territorial está em ascensão. A presença de facções como o Comando Vermelho, que já se expandiu para além das fronteiras brasileiras, é predominante em várias áreas, sendo responsável pelo controle de grande parte dos municípios acreanos. Em algumas cidades, como Rio Branco e Senador Guiomard, até três facções competem por território, o que sinaliza a intensificação da violência.
Apesar da gravidade do cenário, o estudo destaca que o quadro de disputas não é estático, podendo mudar rapidamente conforme as dinâmicas locais. As cidades de Santa Rosa do Purus e Acrelândia estão entre as poucas que não têm presença de facções, mas o estudo enfatiza que, devido à natureza volátil do contexto, a situação pode mudar a qualquer momento. A pesquisa ressalta a complexidade da violência na região e a necessidade de medidas de segurança pública específicas para enfrentar esses desafios.