O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, mostrou uma desaceleração em novembro, com a taxa mensal caindo de 0,56% para 0,39%. No entanto, a variação de 12 meses subiu de 4,76% para 4,87%, refletindo principalmente o aumento dos preços da carne bovina. De acordo com o IBGE, os preços das carnes subiram 8,02% em novembro e acumulam alta de 14,80% no ano, sendo um dos principais responsáveis pela elevação da inflação no subgrupo de alimentação no domicílio.
O comportamento dos preços da carne é explicado pelas mudanças no mercado ao longo de 2024. Durante o primeiro semestre, houve uma grande oferta de fêmeas e uma produção elevada de carne, mas com baixa demanda, o preço do boi gordo se manteve estável. No segundo semestre, no entanto, o consumo interno cresceu e as exportações aumentaram, impulsionadas pela desvalorização do real frente ao dólar. Isso resultou em uma oferta mais restrita e preços em ascensão, com o valor da arroba chegando a R$ 353.
Para 2025, especialistas apontam que, apesar da incerteza quanto à evolução do mercado, a tendência é de uma possível acomodação nos preços. A expectativa é que haja um aumento no descarte de fêmeas no primeiro trimestre e, caso a demanda não seja forte, os preços podem seguir uma trajetória de queda, embora sem grandes baixas, ficando acima dos R$ 300 por arroba.