O câncer de pulmão é frequentemente associado ao tabagismo, mas cada vez mais casos não relacionados ao hábito de fumar têm sido diagnosticados. A principal causa desses casos é a poluição do ar, especialmente em áreas urbanas com altas emissões industriais e de veículos. Um estudo norte-americano analisou a exposição a substâncias tóxicas presentes no ar, mostrando que as populações com menor renda e maior proporção de minorias raciais são mais vulneráveis a desenvolver câncer devido à poluição. Apesar das disparidades raciais terem sido mais acentuadas em 2011, o estudo aponta uma melhora gradual nos últimos anos, com a redução das emissões de poluentes e uma diminuição da exposição ao longo do tempo.
O câncer de pulmão em não fumantes tem características distintas do câncer em fumantes, tornando seu diagnóstico e tratamento mais desafiadores. Pesquisas mostram que a porcentagem de casos de câncer de pulmão em não fumantes aumentou significativamente nos últimos anos, com a poluição do ar sendo apontada como um dos principais fatores. Além disso, o oncologista Ramon Andrade de Mello explica que as populações de baixa renda, muitas vezes localizadas em regiões periféricas e próximas a áreas industriais ou mineradoras, estão mais expostas a esses riscos ambientais. Isso reforça a importância de políticas públicas de prevenção para erradicar o câncer de pulmão nas próximas décadas.
Embora o estudo tenha sido realizado nos Estados Unidos, os especialistas acreditam que os resultados são relevantes para o Brasil, onde também há um alto índice de poluição nas grandes cidades e em áreas com grande concentração de indústrias. A análise sugere que, assim como nos EUA, as populações mais vulneráveis ao câncer de pulmão no Brasil são aquelas expostas a altos níveis de poluentes. O oncologista Mello destaca que a conscientização sobre os riscos da poluição é fundamental para desenvolver estratégias de prevenção e proteger a saúde da população.