O governo federal busca a aprovação do pacote de cortes de gastos enviado ao Congresso, com o objetivo de economizar R$ 375 bilhões até 2030 e equilibrar as contas públicas. O pacote inclui ajustes orçamentários que impactam áreas como aposentadorias e o salário mínimo. Para acelerar a tramitação do projeto, a Câmara dos Deputados deve votar, nesta quarta-feira (4), o requerimento de urgência, uma medida que acelera a análise do pacote. A previsão de votação foi confirmada após reunião entre líderes partidários e o presidente da Câmara, Arthur Lira.
Contudo, o pacote enfrenta resistência no Congresso, especialmente devido à insatisfação dos deputados com recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre emendas parlamentares. A polêmica surge de um entendimento de que o governo, em parceria com o STF, tem imposto regras mais rígidas e transparentes sobre a destinação das verbas, o que gerou desconforto entre os parlamentares. Para tentar apaziguar a situação, o governo anunciou a liberação de R$ 7,8 bilhões em emendas nos próximos dias.
Apesar da articulação do governo, o presidente da Câmara, Arthur Lira, indicou que a base aliada não possui votos suficientes para garantir a aprovação do regime de urgência. A votação da urgência, inicialmente prevista para terça-feira, foi adiada para quarta-feira, refletindo o clima tenso e a falta de consenso no Congresso. Lira afirmou que a atual falta de apoio pode comprometer a análise do pacote fiscal, que ainda depende da aprovação do regime de urgência para seguir adiante.