O preço do café tem aumentado significativamente no Brasil, com o grão moído registrando uma alta de cerca de 33% nos últimos 12 meses até novembro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As principais causas dessa elevação são as condições climáticas adversas, como seca e altas temperaturas, que afetaram diretamente a produção. O clima prejudicou as lavouras, forçando as plantas a abortar frutos para economizar energia. Além disso, a falta de chuva e as geadas nos últimos anos também têm impactado a produtividade, e os especialistas preveem que os preços podem continuar elevados até 2026, dependendo das condições climáticas de 2025.
O consumo de café segue em alta, apesar dos preços elevados. A bebida continua sendo a segunda mais consumida no Brasil e no mundo, e a demanda global tem aumentado, impulsionada por novos mercados internacionais, especialmente na Ásia. Mesmo com o aumento de preços, o consumo não deve cair significativamente, já que muitos consumidores mantêm estoques em casa para evitar variações no preço. O Brasil, além disso, tem explorado mais o mercado de robusta, devido a dificuldades enfrentadas pelo Vietnã, o maior produtor desse grão. Isso tem impulsionado a exportação e, consequentemente, afetado a oferta interna de café.
Outro fator que contribui para o encarecimento do café é o aumento dos custos logísticos, influenciado pela guerra no Oriente Médio e problemas nos portos brasileiros. O preço dos contêineres, que são essenciais para a exportação, subiu consideravelmente devido ao congestionamento das rotas comerciais. Além disso, o preço da saca de café atingiu recordes históricos, com a saca de 60 kg chegando a mais de R$ 2.500. Diante desse cenário, as previsões indicam que os preços continuarão elevados por um bom tempo, com pouca perspectiva de queda no curto prazo, especialmente se o clima não melhorar nos próximos anos.