Em 2024, o mercado de commodities apresentou grandes oscilações, com o cacau e o café se destacando como os maiores ganhadores. O cacau, impulsionado pela escassez de oferta, quase triplicou de preço, atingindo um valor recorde em Nova York devido a condições climáticas adversas na África Ocidental, principais regiões produtoras. O café arábica também enfrentou uma valorização expressiva, com preços alcançando os maiores níveis em 40 anos, impulsionados por uma seca severa no Brasil, o maior produtor mundial. Esses aumentos de preço refletem problemas de oferta nas principais áreas produtoras de ambos os produtos.
Por outro lado, o carvão siderúrgico teve o pior desempenho, impactado pela desaceleração econômica da China, que enfrenta uma crise imobiliária. A demanda por commodities metálicas, como o minério de ferro, também foi afetada, com os preços caindo 15% até o final de 2024. A recuperação nos preços do minério de ferro nos últimos meses foi insuficiente para compensar a queda geral do ano, em razão do aumento da oferta e da redução da demanda por aço no país asiático, que passa por uma desaceleração econômica.
O cenário global das commodities para 2025 poderá ser dominado por tensões comerciais, especialmente com a possibilidade de um retorno de Donald Trump à presidência dos EUA, o que pode resultar em políticas protecionistas, como tarifas elevadas. Ao mesmo tempo, um dólar forte e a procura por metais preciosos como ouro, visto como um porto seguro, devem continuar a sustentar os preços desses produtos. Já o petróleo, que enfrentou uma oferta superior à demanda nos últimos anos, poderá registrar seu terceiro ano consecutivo de declínio, embora fatores políticos como as políticas de Trump em relação a grandes produtores possam impactar o mercado.