A montadora de carros elétricos BYD anunciou a rescisão do contrato com a construtora Jinjiang Construction Brazil, responsável por manter 163 trabalhadores em condições análogas à escravidão nas obras de sua nova fábrica em Camaçari, na Bahia. A irregularidade foi identificada por uma força-tarefa do Ministério Público do Trabalho (MPT), que encontrou diversas infrações trabalhistas, como jornadas excessivas, falta de descanso e a retenção de 60% dos salários dos trabalhadores. A BYD, por meio de uma nota, expressou seu compromisso com a legislação brasileira e a dignidade humana, afirmando que tomou medidas imediatas para resolver a situação.
A empresa informou que, após a notificação do MPT, decidiu encerrar o contrato com a Jinjiang e transferir os trabalhadores para hotéis na região. A montadora destacou que, antes do incidente ser descoberto, havia realizado uma revisão das condições de trabalho e moradia, realizando ajustes sempre que necessário. No entanto, a gravidade das irregularidades levou à decisão de cortar laços com a empreiteira e avaliar outras ações cabíveis, em consonância com as normas trabalhistas brasileiras.
O MPT, além das condições de trabalho, também relatou problemas de infraestrutura, como a escassez de colchões, banheiros inadequados e a falta de assentos sanitários. Uma audiência virtual envolvendo o Ministério Público do Trabalho, o Ministério do Trabalho, a BYD e a Jinjiang está marcada para o final de dezembro. A fábrica da empresa, que será a maior planta de veículos elétricos do Brasil, está sendo investigada, e parte da obra foi interditada até que as condições de trabalho sejam regularizadas.