O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou sua oposição às iniciativas dos países do Brics de substituir o dólar em transações comerciais internacionais. A ameaça de impor tarifas de 100% às importações desses países busca manter a supremacia da moeda americana, considerada uma ferramenta central da influência global dos EUA. Especialistas apontam que o dólar é um pilar da hegemonia estadunidense, influenciando desde taxas de juros até padrões de comércio, e que sua substituição poderia enfraquecer significativamente o poderio político e econômico dos Estados Unidos.
As discussões sobre uma moeda alternativa têm ganhado força entre os membros do Brics, com apoio explícito de líderes como o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. A criação de uma nova moeda ou o uso de moedas locais poderia reduzir a dependência em relação ao dólar e fortalecer a autonomia financeira do bloco. No entanto, analistas destacam os desafios e limites dessa estratégia, já que uma eventual taxação dos produtos importados pelo Brics também prejudicaria o mercado interno dos EUA, elevando custos e possivelmente inflacionando a economia americana.
As medidas sugeridas por Trump revelam a preocupação com a perda de poder global dos EUA, mas sua viabilidade é questionada devido às implicações econômicas e à forte interdependência comercial entre os países. Ao mesmo tempo, os avanços do Brics sinalizam uma tentativa de reequilibrar o cenário geopolítico, ainda que enfrentem obstáculos como a resistência de empresas multinacionais e o impacto potencial em mercados globais.