O Brasil deverá ser o principal beneficiado no acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, com impactos positivos esperados no PIB, exportações e atração de investimentos. Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o acordo pode aumentar o PIB brasileiro em até 0,46% ao ano entre 2024 e 2040. Esse crescimento será impulsionado, principalmente, pela expansão das exportações e dos investimentos estrangeiros. Para os outros países do Mercosul, o impacto no PIB será mais modesto, chegando a 0,2% ao ano, enquanto a União Europeia terá um efeito mais discreto de 0,06%.
Além do crescimento econômico, o acordo deve beneficiar as exportações brasileiras, com um aumento projetado de 3% ao ano. As importações também devem crescer na mesma proporção, ampliando o fluxo comercial entre os blocos. As vendas externas dos países do Mercosul, excluindo o Brasil, devem crescer 0,97% anualmente, e a União Europeia terá aumentos menores nesses indicadores. O estudo também destaca a atração de investimentos, com um aumento de 1,49% para o Brasil, um reflexo da abertura do mercado e da redução de barreiras comerciais.
Os principais setores que se beneficiarão no Brasil incluem o agronegócio, com destaque para as carnes suína e de frango, a pecuária bovina, frutas e vegetais. Além disso, indústrias como a de calçados também terão ganhos. No entanto, setores como equipamentos elétricos, máquinas e equipamentos, têxteis e produtos metalúrgicos deverão sofrer impactos negativos, com reduções na produção. A análise aponta, portanto, um quadro de ganhos para certos setores da economia brasileira, mas também desafios para outros segmentos.