Robin Brooks, economista do Brookings Institute, expressou preocupações sobre o risco de uma crise cambial no Brasil, destacando que o real está excessivamente desvalorizado. Segundo ele, a falta de uma estratégia clara de comunicação com os mercados por parte do governo atual agrava a situação. Brooks, que já atuou como economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF) e como estrategista-chefe de câmbio no Goldman Sachs, alertou que déficits fiscais elevados e uma política monetária expansionista, com juros baixos, podem levar a uma crise cambial, como ocorreu na Turquia em 2021.
Para o economista, o atual governo brasileiro não está conseguindo reduzir o déficit fiscal, o que resulta em uma depreciação contínua do real. Esse cenário exige um aumento nos juros e um aperto das condições financeiras, o que, por sua vez, prejudica o crescimento econômico. Brooks enfatizou que a frouxidão fiscal adotada pelo governo é um fator negativo para a economia, contribuindo para a instabilidade da moeda e comprometendo as perspectivas de crescimento.
O economista também fez críticas à balança comercial brasileira, destacando que o Brasil foi o único país entre os emergentes a realizar uma transformação significativa nesse aspecto. No entanto, ele argumentou que, para o real chegar a níveis historicamente baixos, foi necessário um esforço considerável e refletiu uma falha do governo em entender o funcionamento dos mercados. Em 2023, Brooks havia comparado o Brasil à Suíça da América Latina devido ao superávit comercial, mas hoje vê com preocupação a trajetória econômica do país.