O Brasil assumirá a presidência do Brics a partir de 1º de janeiro de 2024, e esta será a quarta vez que o país sediará a reunião de cúpula do bloco. Para o governo brasileiro, a presidência oferece uma oportunidade única para fortalecer o entendimento entre as nações do grupo, com foco em temas globais como mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e governança da inteligência artificial. O embaixador Eduardo Saboia, negociador-chefe do Brics em 2025, destaca que o grupo, que representa mais de 40% da população mundial e 37% do PIB global, desempenha um papel essencial na construção de um mundo mais sustentável e equilibrado.
O Brasil aproveitará sua liderança para discutir questões ambientais e sociais de grande relevância, como a redução da pobreza e as mudanças climáticas. O país, que também sediará a COP-30 sobre mudanças climáticas em Belém, buscará integrar os membros do Brics em uma agenda comum para enfrentar a crise ambiental. Além disso, a governança da inteligência artificial será um dos temas prioritários, já que, segundo Saboia, o Brics pode avançar na construção de uma visão comum sobre como regulamentar e gerenciar essa tecnologia emergente, que está transformando diversos setores da sociedade.
A expansão do Brics, que em 2023 convidou novos países para integrar o grupo, é vista como uma resposta ao sucesso do bloco e ao crescente interesse por parte de nações emergentes. O Brasil apoia essa ampliação como parte de sua visão de reforma da governança global, especialmente no que se refere à ampliação do Conselho de Segurança da ONU. Com a entrada de novos países, o Brics deverá trabalhar para garantir uma integração suave e efetiva, mantendo seu foco nas questões econômicas, políticas e sociais que afetam os países em desenvolvimento.