As bolsas de valores da Europa encerraram a maior parte das negociações de sexta-feira, 20, com perdas, ampliando o movimento de desvalorização desde a última decisão do Federal Reserve (Fed), que indicou uma postura mais restritiva para 2025. A incerteza aumentou ainda mais com declarações do presidente eleito dos Estados Unidos sobre tarifas comerciais à União Europeia, elevando os temores de uma guerra comercial que poderia pressionar a inflação global. O índice Stoxx 600 caiu 0,78%, enquanto os mercados na Alemanha, Reino Unido e outros países da região também apresentaram recuos moderados.
Nos Estados Unidos, o mercado enfrenta desafios fiscais com a pressão para aprovação de um plano de financiamento, que foi rejeitado pela Câmara, criando risco de paralisação do governo. Na economia global, a consultoria High Frequency Economics prevê um ano de 2025 com muitas dificuldades, especialmente diante da combinação de incertezas fiscais e o possível agravamento da guerra comercial. O índice de preços de consumo (PCE) nos EUA registrou uma leve alta de 0,1% em novembro, refletindo um cenário de inflação controlada, mas persistente, enquanto na Europa, o Reino Unido e a Alemanha enfrentaram sinais de desaquecimento econômico, com vendas no varejo abaixo do esperado e inflação ao produtor em alta.
Em termos corporativos, as ações do Deutsche Bank recuaram após o anúncio de um impacto contábil de 310 milhões de euros devido a uma disputa legal na Polônia. Por outro lado, a farmacêutica Novo Nordisk enfrentou uma queda significativa de 20,72% após divulgar dados abaixo das expectativas em relação ao seu medicamento anti-obesidade. Em um cenário misto, apenas o mercado de Madri registrou um avanço, com o índice Ibex35 subindo 0,37%. As perspectivas para 2025 continuam sombrias, com os investidores atentos ao desfecho das negociações fiscais e comerciais que podem afetar a economia global.