As bolsas de valores da Europa encerraram o pregão desta sexta-feira (20) predominantemente em queda, ampliando as perdas observadas desde a última decisão do Federal Reserve (Fed), que indicou uma postura mais restritiva para 2025. A incerteza gerada pela postura do banco central dos EUA, somada à crescente tensão comercial com a União Europeia, levou os investidores a ajustar suas expectativas. O índice Stoxx 600, que reúne ações de grandes empresas europeias, recuou 0,78%, fechando aos 502,71 pontos.
A preocupação com a possibilidade de tarifas adicionais sobre produtos da União Europeia, especialmente relacionadas ao comércio de petróleo e gás, também pressionou os mercados. A postura do presidente eleito dos Estados Unidos, que tem sinalizado aumentos nas tarifas em caso de não haver avanço nas compras de energia americana, eleva o risco de uma guerra comercial. Além disso, o impasse fiscal nos EUA, com a possibilidade de paralisação do governo, gera temores de impactos negativos na economia global. A consultoria High Frequency Economics apontou que o próximo ano será marcado por desafios econômicos significativos.
Na Europa, indicadores econômicos também pressionaram os mercados. No Reino Unido, as vendas no varejo em novembro cresceram abaixo do esperado, enquanto na Alemanha, a inflação ao produtor (PPI) retornou ao território positivo pela primeira vez desde junho de 2023. O Banco Central Europeu, por outro lado, deve continuar com sua política de redução das taxas de juros, com previsão de chegar a um nível neutro até o meio de 2025. As quedas nas ações de grandes empresas, como o Deutsche Bank e a Novo Nordisk, contribuíram para o desempenho negativo das bolsas, com exceção de Madri, onde o Ibex 35 teve uma leve alta de 0,37%.