O governo federal enfrenta um impasse envolvendo o pagamento de mais de R$ 4 bilhões em emendas de comissão da Câmara e do Senado. A decisão inicial do ministro responsável por suspender os pagamentos, sob alegação de falta de transparência e rastreabilidade, levou a questionamentos sobre a validade e o processo de indicação dessas emendas. Apesar da pressão política, parte dos recursos já empenhados foi liberada, especialmente para a área da saúde, para evitar insegurança jurídica, enquanto outros valores permanecem bloqueados.
A Advocacia-Geral da União recomendou uma interpretação mais prudente da decisão judicial, defendendo o bloqueio integral das emendas até que o Supremo Tribunal Federal esclareça o alcance da medida. Segundo a AGU, ainda há dúvidas razoáveis sobre a aplicação da decisão, principalmente em relação às emendas destinadas a áreas prioritárias como saúde e infraestrutura. Os líderes parlamentares alegam que os procedimentos adotados seguiram as normas vigentes, mas as críticas sobre a gestão do orçamento persistem.
O governo federal, por sua vez, informou que já havia empenhado mais de R$ 1,7 bilhão antes da suspensão, com destaque para áreas como turismo, cidades, esportes e agricultura. Contudo, a continuidade da liberação de recursos depende de maior clareza sobre as regras e processos de indicação, alimentando o debate sobre a transparência na gestão das emendas parlamentares. O Senado também enfrenta bloqueios semelhantes, intensificando o desafio para o equilíbrio entre os poderes e a administração orçamentária.