Uma biomédica foi indiciada pela Polícia Civil após realizar uma lipoaspiração submentoniana, popularmente conhecida como lipo da papada, em Vitória da Conquista, na Bahia, sem a devida qualificação. O procedimento, realizado em um consultório particular em outubro, resultou em complicações graves para a paciente, que precisou ser socorrida com risco de morte. De acordo com laudos médicos, a cirurgia causou sangramento intenso e lesões em vasos do pescoço, o que comprometeu a respiração da paciente, além de ter gerado incapacidade para o trabalho por mais de 30 dias.
A profissional foi indiciada pelos crimes de exercício ilegal da medicina, lesão corporal grave e falsa identidade. Durante o atendimento de emergência, a biomédica se identificou como dentista ao ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e para a equipe médica, omitiu sua verdadeira profissão e relatou complicações com o procedimento. A Polícia Civil iniciou uma investigação após a denúncia e solicitou as gravações das ligações, que confirmaram as irregularidades.
O Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) emitiu uma nota repudiando o caso e reforçando que é crime realizar atividades médicas sem a formação adequada. A investigação pode resultar em até 13 anos de prisão para a biomédica, que responderá ao inquérito em liberdade. O Cremeb afirmou que continuará acompanhando o caso e reitera seu compromisso com a segurança da população e com o cumprimento das leis que regulam as profissões de saúde no Brasil.