O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comutou na segunda-feira (23) as sentenças de 37 dos 40 presos no corredor da morte federal, substituindo as penas de morte por prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. A decisão foi tomada antes de Biden passar o cargo ao presidente eleito, Donald Trump, no dia 20 de janeiro. Com isso, Biden interrompeu o plano de Trump de reiniciar um ritmo acelerado de execuções no país. A medida também fortalece a posição do presidente de não permitir a retomada das execuções, já que decisões de clemência não podem ser revertidas por seus sucessores, ao contrário de ordens executivas.
Biden, que enfrentou pressão de diferentes setores, incluindo líderes religiosos e membros do Congresso, afirmou que a decisão de comutar as sentenças estava alinhada com sua consciência e experiência, reafirmando sua oposição à pena de morte no nível federal. Em seu comunicado, o presidente expressou pesar pelas vítimas dos crimes cometidos, mas destacou que, em sã consciência, não poderia permitir que o novo governo revertesse o que ele havia interrompido.
A decisão, no entanto, não se aplica a casos relacionados a terrorismo ou massacres motivados por ódio, os quais continuam a ser passíveis de pena de morte. Três dos presos mais notórios do corredor da morte federal, envolvidos em casos de grande repercussão, não foram beneficiados pela comutação, o que manteve o foco em situações que envolvem crimes considerados especialmente graves.