A cidade de Belém, na Palestina, vive o segundo Natal consecutivo marcado pela violência da guerra em Gaza, que afeta diretamente a região. Em 24 de dezembro de 2024, centenas de fiéis se reuniram na Igreja da Natividade, onde, segundo a tradição cristã, Jesus nasceu, mas a celebração foi silenciosa e sem as tradicionais decorações de Natal. A Praça da Manjedoura, normalmente cheia de turistas e com uma grande árvore de Natal, estava vazia, refletindo o impacto do conflito, que desde outubro de 2023 tem gerado graves consequências para a Palestina e Israel.
O cenário de festa foi substituído por um forte esquema de segurança e pela ausência de turistas, que caiu drasticamente desde a pandemia de Covid-19. Antes, 2 milhões de pessoas visitavam Belém anualmente; em 2024, esse número caiu para apenas 100 mil. A falta de decorações e a menor movimentação de visitantes refletem o desejo do governo local de expressar a contínua luta da Palestina contra a ocupação e a injustiça, como ressaltou o prefeito de Belém, Anton Salman. Em meio a isso, poucas pessoas circulavam pelas ruas, e vendedores de café e milho esperavam por clientes em uma praça deserta.
A missa tradicional à meia-noite na Igreja da Natividade continua, mas a celebração religiosa será simples, sem o ambiente festivo que costumava marcar o Natal na cidade. A guerra em Gaza e a crise humanitária, que já causaram milhares de mortos e deslocamentos em ambos os lados, continuam a impactar o cotidiano dos palestinos e a situação econômica, que sofreu uma queda significativa, incluindo a limitação de acesso ao trabalho para muitos residentes da Cisjordânia.