O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), esteve em Mato Grosso do Sul para participar de um evento institucional com magistrados do estado. Durante a ocasião, Barroso comentou sobre as investigações envolvendo magistrados locais suspeitos de corrupção e venda de decisões. A Polícia Federal e a Corregedoria do CNJ estão apurando as denúncias, e seis desembargadores de Mato Grosso do Sul, incluindo tanto aqueles em exercício quanto um aposentado, estão sendo monitorados e afastados cautelarmente.
Barroso destacou que, conforme o devido processo legal, ninguém deve ser considerado culpado antes do julgamento. Ele enfatizou a importância de não antecipar punições, afirmando que a justiça deve ser feita apenas ao final da apuração. O ministro explicou que realizar mudanças no evento em razão das investigações seria um ato de pré-julgamento, o que não seria condizente com a postura do Judiciário. A decisão de manter o encontro em Mato Grosso do Sul também foi uma forma de evitar que um caso isolado prejudicasse a reputação do Poder Judiciário do estado, que, segundo Barroso, possui uma imagem respeitada no cenário nacional.
O presidente do STF também apresentou dados sobre a atuação do CNJ na punição de magistrados. No último ano, houve algumas aposentadorias compulsórias e afastamentos cautelares, mas ele observou que esses números são baixos em relação ao total de juízes no Brasil. Barroso reforçou que o Judiciário não compactua com irregularidades e que as investigações estão sendo tratadas com rigor. Além de Mato Grosso do Sul, outros estados também estão sendo investigados por possíveis esquemas de venda de decisões judiciais, com processos em andamento na Corregedoria do CNJ.