O Boletim Focus do Banco Central revelou uma revisão negativa para as projeções econômicas do Brasil nos próximos anos, destacando um aumento nas expectativas de inflação e na cotação do dólar. Para 2024, a inflação medida pelo IPCA foi ajustada para 4,84%, e para 2025, a projeção é de 4,59%. O relatório também indicou um processo de desancoragem das expectativas inflacionárias, com os analistas do mercado revisando suas estimativas de forma constante. Além disso, a projeção do dólar para o final de 2024 foi elevada para R$ 5,95, e para 2025, para R$ 5,77, o que implica um novo patamar de equilíbrio cambial em torno de R$ 6,00.
Com essas mudanças, a expectativa é de uma elevação na taxa básica de juros, a Selic, para tentar conter a inflação. O relatório do Banco Central prevê que a Selic encerre 2024 em 12% ao ano, podendo chegar a 13,5% ao ano em 2025. A próxima reunião do Copom, prevista para esta quarta-feira (11), poderá resultar em um aumento de até 1 ponto percentual, com algumas estimativas sugerindo um ajuste de 0,75 p.p. Essas elevações na taxa de juros, juntamente com a alta do dólar, têm impactos diretos na economia e nas projeções de crescimento.
O cenário econômico mais desafiador deve afetar negativamente a atividade econômica, com um custo de crédito mais elevado, o que pode reduzir o consumo e o investimento. A piora no humor do mercado também pode levar empresas a reterem seus recursos, o que dificultaria a recuperação econômica. Caso medidas não sejam tomadas, a situação fiscal do país pode se agravar, resultando em uma crise econômica com impactos significativos no emprego, na renda e na inflação.