O Banco Central do Brasil anunciou que realizará um novo leilão de até US$ 3 bilhões para apoiar o real, que sofreu uma desvalorização de 1,7% na última segunda-feira (23), liderando as perdas entre as moedas de mercados emergentes. A intervenção ocorre em meio a crescentes preocupações sobre a sustentabilidade da dívida pública brasileira, que tem gerado incertezas nos mercados financeiros. O leilão será realizado na quinta-feira (26) e visa conter a volatilidade cambial, que tem impactado a confiança dos investidores no país.
Nos últimos dias, a autoridade monetária tem adotado uma série de medidas, incluindo vendas de dólares no mercado à vista e leilões de linhas de crédito, com o objetivo de atender à alta demanda por moeda estrangeira. Desde o início da semana passada, cerca de US$ 17 bilhões foram usados nessas operações para evitar uma pressão ainda maior sobre o câmbio. A maior parte dessa demanda tem origem em investidores e empresas, que buscam se proteger da instabilidade econômica.
O movimento de desvalorização do real também reflete a crescente apreensão sobre a capacidade do governo de equilibrar as contas públicas, após a aprovação de um pacote fiscal que trouxe ajustes em suas projeções. Além disso, a demanda por dólares também é impulsionada por empresas que apresentam resultados financeiros melhores do que o esperado e por consumidores que enviam valores para o exterior. A situação tem gerado um ambiente de cautela entre os agentes econômicos, que acompanham de perto os próximos passos do governo e do Banco Central.