O Banco Central (BC) anunciou, nesta sexta-feira (13), a realização de um leilão à vista de dólares com o objetivo de oferecer a moeda estrangeira e evitar instabilidades no mercado financeiro. Foram vendidos aproximadamente US$ 845 milhões para nove propostas, com a taxa de corte fixada em R$ 6,02. O BC também indicou que estava ofertando US$ 1 bilhão em circulação, como parte de um esforço para conter a valorização da moeda norte-americana. Esse tipo de operação não ocorria desde 30 de agosto.
O leilão ocorre em um contexto de alta no valor do dólar, que se mantém cotado em torno de R$ 6, refletindo preocupações com o cenário fiscal brasileiro e o impacto de possíveis mudanças na economia dos Estados Unidos. Especialistas apontam que a incerteza política e fiscal no Brasil, agravada pela tramitação lenta de medidas econômicas essenciais, tem pressionado a moeda. Além disso, o governo americano, sob a gestão de Donald Trump, pode adotar políticas inflacionárias que fortaleçam o dólar globalmente, exacerbando o cenário incerto.
Analistas acreditam que o leilão de dólares realizado pelo BC pode não ser suficiente para reverter a deterioração do câmbio no curto prazo. A falta de ações fiscais consistentes e a indefinição sobre o rumo da economia brasileira são vistas como causas mais profundas da desvalorização do real. Embora o BC tenha tentado sinalizar confiança no mercado, a continuidade da pressão dependerá de uma abordagem mais ampla e coordenada para enfrentar as questões fiscais e políticas internas.