O Banco Central (BC) confirmou que a meta de inflação para 2024 será descumprida, o que implica que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará acima do teto de 4,5%. Até novembro, a inflação acumulada foi de 4,29%, com uma projeção de 0,58% para o mês de dezembro, elevando o índice anual para cerca de 4,9%. Este será o terceiro ano consecutivo em que a meta não será alcançada, após os descumprimentos em 2021 e 2022, com 2023 sendo uma exceção. O BC já havia sinalizado esse cenário em sua ata do Comitê de Política Monetária (Copom).
Os principais fatores que contribuem para a inflação acima do esperado incluem os efeitos climáticos, como a seca histórica que impactou a produção de alimentos e o aumento nos preços da energia elétrica. Além disso, a valorização do dólar tem elevado o custo de importados e produtos básicos com preços atrelados ao mercado internacional. A cotação do dólar, que alcançou R$ 6,26 em meados de dezembro, tem gerado incertezas sobre as contas públicas e contribuído para a alta dos preços, afetando as finanças da população em diferentes camadas sociais.
O sistema de metas de inflação adotado pelo Banco Central exige que, em caso de descumprimento, uma carta pública seja enviada ao ministro da Fazenda, detalhando os motivos e as medidas para corrigir a situação. Não há penalidades para os dirigentes do BC em caso de falha no cumprimento da meta. A partir de 2025, o sistema de metas será reformulado para ser contínuo, com uma verificação mensal da inflação, o que permitirá um monitoramento mais dinâmico e flexível das metas estabelecidas.