Apesar de uma nova intervenção do Banco Central (BC) no mercado de câmbio, o dólar encerrou a sexta-feira, 13 de dezembro, com valorização de 0,40%, sendo cotado a R$ 6,03. A moeda americana se manteve alta devido à valorização externa e ao aumento nos juros dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, que geralmente afetam negativamente as divisas de mercados emergentes. Além disso, o real também foi pressionado pelas incertezas fiscais, especialmente em relação às medidas de corte de gastos propostas pelo governo e que ainda tramitam no Congresso.
Nos primeiros 15 dias de dezembro, a cotação do dólar já acumula uma alta de 4,18% em relação ao real, enquanto, no ano, o ganho é de 24,27%. Em paralelo, o índice Ibovespa também sofreu perdas, fechando com queda de 1,13%, atingindo 124.612 pontos, e acumulando uma perda anual de 7,13%. A volatilidade nos mercados domésticos foi ampliada por questões fiscais e por especulações sobre a saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que impactaram diretamente o câmbio e os índices da Bolsa.
Como resposta, o BC realizou um leilão de venda de dólares à vista, uma operação pontual para atender à alta demanda de divisas em um dia de baixa liquidez. Apesar da intervenção, o dólar continuou sua trajetória de valorização. Na sequência, o BC anunciou um novo leilão de venda de dólares com compromisso de recompra no valor de US$ 3 bilhões para a próxima segunda-feira. A análise de especialistas indica que as intervenções do BC visam apenas suprir uma demanda específica e não modificar a trajetória da taxa de câmbio de forma permanente.