O Banco Central (BC) revisou suas estimativas sobre o cenário inflacionário em seu Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (19). A probabilidade de a inflação ultrapassar o limite superior da meta em 2024 foi estimada em quase 100%, um aumento significativo em relação à projeção anterior de 36%. Em novembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,39%, totalizando uma alta acumulada de 4,87% nos últimos 12 meses. Para que o índice termine o ano com uma alta de 4,5%, seria necessário que a inflação mensal de dezembro não ultrapassasse 0,20%.
O Banco Central também revisou suas previsões para os anos seguintes. Para 2025, a chance de a inflação exceder o teto da meta subiu de 28% para 50%, e para 2026, a probabilidade passou de 19% para 26%. A meta de inflação para os próximos anos segue em 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. A inflação de 12 meses observada em novembro incorporou uma surpresa de 0,44 ponto percentual, impulsionada, principalmente, pela pressão sobre os preços de alimentos, além do impacto da depreciação do câmbio e do aquecimento da economia.
O cenário projetado pelo BC indica que a inflação deve permanecer acima do limite superior da meta até o terceiro trimestre de 2025, entrando em trajetória de queda após esse período, mas ainda acima da meta central de 3%. Para 2026, a inflação é esperada em 3,6%, o que também ficaria fora do intervalo ideal. O Banco Central enfatizou que o ambiente econômico externo continua desafiador, com incertezas relacionadas à economia dos Estados Unidos e à política monetária de países desenvolvidos, fatores que exigem cautela por parte das economias emergentes.