O preço do azeite de oliva, que disparou no Brasil desde 2023, pode começar a cair a partir de 2025, após alcançar seu pico em junho deste ano. A alta nos preços foi causada por uma severa seca na Europa, que prejudicou a colheita de azeitonas e afetou a produção do azeite. A escassez de matéria-prima fez com que o Brasil, dependente de importações de países como Portugal e Espanha, enfrentasse preços elevados, com alguns supermercados até adotando lacres antifurto devido à valorização do produto. No entanto, a produção na Europa deve crescer na próxima safra, o que poderá gerar uma redução nos preços a partir da Páscoa de 2025, com estimativas apontando quedas de até 20%.
Especialistas, como Leonardo Scandola, diretor comercial da Filippo Berio, destacam que a recuperação da produção na bacia do Mediterrâneo pode aliviar a escassez de azeite. A produção da União Europeia deverá aumentar 29% nesta safra, refletindo uma melhora nas condições climáticas. Apesar disso, a redução nos preços no Brasil pode demorar alguns meses para se concretizar, já que os importadores ainda possuem estoques adquiridos a preços mais altos. Além disso, a logística de importação e distribuição prolonga o tempo necessário para que as quedas de preços sejam percebidas nas prateleiras brasileiras.
A produção de azeite na Europa passou por altos e baixos nos últimos anos. Após uma queda drástica de 40% na safra 2022/23, a produção está se recuperando nesta temporada, com destaque para a Espanha, que espera um aumento de 50% na produção. A instabilidade climática foi um fator crucial para as dificuldades nos últimos ciclos, com calor excessivo e secas prolongadas afetando diretamente os olivais. No entanto, com a estabilização climática, a expectativa é de que a produção de azeite aumente, beneficiando o mercado global e, em última instância, o consumidor brasileiro.