O acidente aéreo ocorrido em Gramado, na serra gaúcha, no último domingo (23), envolvendo um avião de pequeno porte, deixou 10 mortos e 17 feridos, sendo que duas vítimas estão em estado grave. A aeronave, um turboélice bimotor fabricado em 1990, não era obrigada a ter caixa-preta, conforme o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O modelo do avião, com capacidade para 9 pessoas, não atende aos requisitos do Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC), que determina a instalação de gravadores de dados em aeronaves com mais de 10 lugares e fabricadas após 1991.
A investigação do acidente será conduzida pela Força Aérea Brasileira (FAB) e contará com a análise de diversas fontes de dados, como o histórico de manutenções da aeronave, o perfil do piloto, as condições meteorológicas e possíveis falhas humanas. O engenheiro Gerardo Portela, especialista em segurança aérea, afirmou que a ausência da caixa-preta não compromete o andamento da apuração, embora torne o processo mais demorado. Outros fatores, como a visibilidade e o estado de saúde do piloto, também serão analisados para entender as possíveis causas do acidente.
A aeronave envolvida no acidente era um modelo PA-42-1000 fabricado pela Piper Aircraft. Apesar de ser considerada uma boa aeronave, o especialista destacou que a idade do modelo poderia interferir nas condições de manutenção, o que será investigado. A coleta de partes do avião foi realizada pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), e as análises subsequentes devem demorar entre um ano e um ano e meio, dependendo da complexidade da investigação.