A inclusão de pessoas com deficiência (PCD) no mercado de trabalho avança, mas enfrenta desafios significativos, como aponta uma pesquisa da Coexistir, consultoria especializada em diversidade. O levantamento, realizado durante a 19ª Reatech – Feira Internacional de Inclusão, Acessibilidade e Reabilitação, envolveu 245 participantes e analisou as dificuldades, oportunidades e perspectivas no ambiente corporativo. Mais da metade dos entrevistados são mulheres, com destaque para a deficiência física, presente em 93% dos casos, seguida por deficiências auditiva (27%) e intelectual (24%).
A pesquisa revelou que a inclusão de PCDs ainda enfrenta barreiras no mercado de trabalho. Cerca de 52% dos entrevistados estão desempregados, enquanto 41% trabalham em diversas áreas, como Comércio (29%), Serviços (25%) e Indústria (8%). Entre os empregados, 64% nunca foram promovidos, e 63% relataram discriminação. A maioria ocupa cargos operacionais ou administrativos, com 47% recebendo até um salário mínimo. No entanto, 79% conhecem a Lei de Cotas para PCDs, sendo que 58% ingressaram no mercado de trabalho por meio dessa legislação.
Apesar dos obstáculos, a pesquisa destaca alguns aspectos positivos. A maioria dos trabalhadores com deficiência avalia de forma positiva suas relações com os superiores (65%) e com colegas (66%). Além disso, 58% relataram adaptações no ambiente de trabalho para atender às suas necessidades. A pesquisa também apontou que 70% dos entrevistados participam de atividades de desenvolvimento oferecidas pelas empresas, indicando um esforço crescente para melhorar a inclusão no mercado de trabalho.