A recente ofensiva rebelde na Síria, liderada por grupos islâmicos, ameaça enfraquecer o regime de Bashar al-Assad, especialmente após a conquista de Aleppo e Hama pelos rebeldes. Com a possibilidade de novos avanços para o sul, a crise síria gera preocupações geopolíticas significativas para potências regionais e globais, incluindo os Estados Unidos, Israel, Rússia e Irã. Enquanto o regime de Assad, apoiado pela Rússia e o Irã, busca recuperar o controle, a crescente instabilidade no país põe à prova os interesses desses países, que têm diferentes objetivos em relação à Síria e à queda do regime.
Os estados árabes, incluindo Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, passaram de um apoio à oposição contra Assad para uma postura de reaproximação, temendo uma maior instabilidade regional caso o presidente sírio perca o controle. Ao mesmo tempo, a Rússia, cuja intervenção militar foi crucial para a sobrevivência de Assad, se vê em uma posição delicada, já que a crise na Síria e a guerra na Ucrânia dificultam sua capacidade de sustentar o regime sírio. Para o Irã, a perda da Síria representaria um golpe estratégico, pois a região é fundamental para seu projeto de influência no Oriente Médio, especialmente no que se refere ao apoio ao Hezbollah e suas conexões com o Líbano.
A Turquia também desempenha um papel importante, apoiando grupos de oposição e buscando uma solução para os 3,1 milhões de refugiados sírios em seu território. Embora tenha tentado distanciar-se das ações rebeldes, a Turquia vê a crise síria como uma oportunidade para negociar com Assad, desde que ele ofereça concessões substanciais. Contudo, o país está particularmente focado em combater grupos insurgentes curdos, que representam uma ameaça à sua segurança, e busca estabelecer uma zona de proteção na fronteira síria. Este cenário tenso e complexo reflete a interação de múltiplos interesses regionais e internacionais, cada um tentando ajustar sua posição à medida que os eventos na Síria continuam a evoluir.