As ações da Eletrobras registraram expressiva valorização na manhã desta quinta-feira, com destaque para os papéis ELET3 e ELET6, que avançaram 6% e 5,81%, respectivamente. O impulso é atribuído ao progresso nas negociações entre a empresa e a Advocacia-Geral da União (AGU), mediadas pela Câmara de Mediação e Conciliação da Administração Pública Federal. As discussões envolvem questões de governança e a participação da União na companhia, com o objetivo de solucionar controvérsias originadas pela desestatização da Eletrobras.
Os temas em debate incluem a preservação de aspectos da Lei nº 14.182/2021, que regula a privatização, e a definição de novos papéis para a União nos Conselhos de Administração e Fiscal. Além disso, busca-se revisar acordos financeiros, como o relativo à Usina Nuclear de Angra 3, e a estratégia de desinvestimento em ativos como a Eletronuclear. A AGU e a Eletrobras destacaram o comprometimento com um acordo consensual, que ainda depende de aprovação dos acionistas e do Supremo Tribunal Federal.
Analistas do Itaú BBA avaliam positivamente o andamento das negociações, destacando que um acordo bem-sucedido pode resultar em aumento nos dividendos da Eletrobras no futuro, além de fortalecer sua estrutura financeira. A exclusão do pagamento antecipado de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) das tratativas foi vista como um avanço, permitindo à empresa redirecionar R$ 30 bilhões em caixa. O cenário para o fluxo de caixa da companhia em 2025 é otimista, com previsão de EBITDA de R$ 22,5 bilhões, o que fortalece as perspectivas para a Eletrobras no mercado.