A avaliação do trabalho de Fernando Haddad como ministro da Fazenda é majoritariamente negativa entre os brasileiros, com 34% considerando sua gestão ruim ou péssima, segundo pesquisa Datafolha divulgada em 16 de dezembro. Apenas 27% aprovam seu desempenho, enquanto 34% o consideram regular. A pesquisa foi realizada entre 12 e 13 de dezembro, após o anúncio de um novo pacote fiscal pelo governo. Entre os 41% dos entrevistados que tinham conhecimento sobre as medidas, a reprovação foi ainda maior, com 42% avaliando o trabalho do ministro negativamente.
O pacote fiscal, que inclui o endurecimento das regras de programas sociais como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a limitação do crescimento do salário mínimo, gerou críticas, principalmente por sua proposta de renúncia fiscal via reforma do Imposto de Renda (IR). Embora a reforma tenha sido bem recebida por 70% da população, a restrição do reajuste do salário mínimo foi reprovada por 61% dos brasileiros. O governo também anunciou a isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil mensais, uma medida alinhada às promessas de campanha do presidente, que, apesar de ser vista com ceticismo pelo mercado, teve apoio considerável entre os cidadãos.
A pesquisa também revelou um cenário de insatisfação geral com a gestão fiscal do país, com 45% dos entrevistados acreditando que as contas públicas poderiam ser melhor administradas. No entanto, a falta de conhecimento sobre o pacote fiscal foi um fator importante: 59% dos brasileiros não estavam informados sobre as propostas, o que contribuiu para uma avaliação mais favorável de Haddad entre esse grupo. A pesquisa foi realizada com 2.002 pessoas em 113 municípios e apresenta um panorama das dificuldades do governo em equilibrar as expectativas populares e as necessidades fiscais.