Na última sexta-feira (20), o Ministério Público da Guatemala realizou uma operação que resultou no resgate de 160 crianças de uma comunidade judaica ultraortodoxa, conhecida como Lev Tahor. A ação ocorreu em uma propriedade no município de Oratorio, a cerca de 60 km da capital, após investigações sobre denúncias de abusos sexuais, tráfico de seres humanos, maus-tratos e outras acusações envolvendo menores. Durante a operação, as autoridades encontraram uma ossada de um menor, o que ampliou as suspeitas sobre os crimes cometidos na comunidade.
Após o resgate, familiares das crianças se reuniram nas imediações de um abrigo na capital, exigindo a devolução dos menores. Um dos representantes das famílias negou as acusações, alegando que as investigações eram baseadas em mentiras e denúncias falsas. A seita, que se estabeleceu na Guatemala em 2013, já enfrentava investigações por abusos semelhantes em outros países, como o México, onde também foi acusada de práticas ilegais e violadoras dos direitos humanos.
A Lev Tahor foi fundada nos anos 1980 e é composta principalmente por famílias de origem guatemalteca, canadense e norte-americana. Os membros seguem uma versão rigorosa e conservadora do judaísmo e enfrentam uma crescente pressão internacional devido às acusações de abusos. O grupo já havia sido expulso de comunidades anteriores, como em 2014, devido a conflitos com moradores locais. Embora os membros da seita aleguem que as acusações são uma forma de perseguição religiosa, as investigações continuam em andamento.