Nos últimos meses, a escalada da violência policial no estado de São Paulo tem gerado crescente preocupação entre autoridades e organizações de direitos humanos. Dados do Ministério Público indicam que, até 17 de novembro de 2024, o número de mortes cometidas por policiais militares aumentou 46% em relação ao ano anterior, com 673 vítimas fatais, uma média de duas mortes por dia. A maior parte dessas mortes ocorreu enquanto os agentes estavam em serviço. A situação se agravou com uma série de incidentes violentos envolvendo policiais, como o caso de um PM que arremessou um homem de uma ponte, fato que gerou grande repercussão.
Entre os casos mais destacados, está a morte de uma mulher de 33 anos em um confronto durante um roubo de moto, além de uma série de episódios que envolvem abusos durante abordagens policiais. Em um desses episódios, um policial usou spray de pimenta em um morador de uma comunidade de São Paulo, enquanto em outro, um jovem foi morto durante uma abordagem no meio da madrugada. Além disso, em diversos outros casos, PMs têm sido acusados de agir com excessiva violência, como no caso de um estudante de medicina morto com um tiro à queima-roupa e a execução de um jovem em frente a um mercado.
Diante da crescente violência, a Polícia Militar tem afastado diversos policiais envolvidos em ações controversas enquanto investigações são conduzidas. Em resposta a esses episódios, a Corregedoria da PM instaurou procedimentos para apurar a conduta dos agentes, afastando até 13 policiais diretamente relacionados aos casos de abuso e violência. A pressão sobre as autoridades aumentou, com o público e organizações de direitos humanos exigindo maior responsabilidade e transparência nas operações de segurança pública.