O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reúne nesta quarta-feira (11) e deve anunciar uma nova alta na taxa Selic, possivelmente para 12% ao ano, o que representaria o terceiro aumento consecutivo. A decisão ocorre em um contexto de crescente incerteza econômica, exacerbada pela alta do dólar e a pressão inflacionária. O mercado financeiro projeta um aumento de 0,75 ponto percentual, mas alguns contratos indicam que a alta pode ser ainda maior, chegando a 1 ponto percentual.
O aumento dos juros básicos, que já subiram 0,5 ponto percentual em novembro, reflete a tentativa do Banco Central de conter a inflação, que está projetada para ficar acima da meta de 3% este ano. O pacote fiscal anunciado recentemente, que inclui cortes de gastos e propostas como a limitação do salário mínimo, também gerou reações no mercado, influenciando a volatilidade da moeda e os custos internos. A alta do dólar, em particular, tem pressionado os preços de produtos e insumos importados, afetando diretamente o custo de vida.
Com a expectativa de juros mais altos, a economia brasileira tende a desacelerar, com impactos no consumo, no PIB e nas contas públicas. A despesa com juros da dívida pública também tem aumentado, o que afeta o equilíbrio fiscal do país. Por outro lado, investimentos em renda fixa podem se tornar mais atraentes, enquanto o mercado acionário perde atratividade. O Banco Central, portanto, continua focado no controle da inflação a longo prazo, mirando as metas de 2025 e 2026, mesmo diante de um cenário de desafios econômicos internos e externos.