O Relatório Mundial sobre Drogas da ONU de 2024 revelou que a disponibilidade de cocaína atingiu níveis históricos, com um aumento significativo na produção, especialmente na América Latina. Colômbia, Bolívia e Peru são os principais produtores, responsáveis por quase toda a oferta global da substância. Em 2022, a produção de cocaína pura subiu 20% em comparação ao ano anterior, com a Colômbia liderando o crescimento, especialmente devido à expansão das áreas de cultivo. Esse aumento também foi acompanhado por uma maior pureza da droga, o que facilita o acesso a ela e gera novas preocupações sobre o impacto na saúde pública.
O consumo de cocaína está em expansão, especialmente na Europa, onde a pureza da droga tem se elevado. Estima-se que cerca de 0,45% da população europeia tenha consumido a substância em 2022, um aumento de 22% desde 2018. No Brasil, o consumo também tem aumentado, com um aumento significativo nas apreensões e nas mortes relacionadas ao uso de cocaína, evidenciando a gravidade do problema. Entre 2013 e 2023, as apreensões de cocaína cresceram 73,7%, e o número de mortes associadas ao uso da substância teve um aumento alarmante de mais de 600% entre 2000 e 2022.
Esse cenário é exacerbado pela diminuição na produção de opioides, como a heroína, devido à proibição do cultivo de ópio no Afeganistão, o que tem levado muitos usuários a substituir os opioides pela cocaína. O panorama atual, com o aumento da oferta e da demanda pela substância, traz sérias implicações para a saúde pública e para a segurança nas regiões mais afetadas. A intensificação das políticas de combate ao tráfico e a busca por alternativas eficazes para reduzir o consumo e os danos relacionados à cocaína continuam sendo desafios para os governos ao redor do mundo.