De janeiro a novembro de 2024, a produção de aço bruto no Brasil atingiu 31,1 milhões de toneladas, um aumento de 5,6% em relação ao mesmo período de 2023. O desempenho positivo foi acompanhado pelo crescimento das importações (24,4%), consumo aparente (9,6%) e vendas internas (8,7%), conforme dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil. No entanto, as exportações apresentaram uma queda significativa de 18,5%, com apenas 8,8 milhões de toneladas enviadas para o exterior. A expectativa é que o Brasil finalize o ano com uma produção total de 33,7 milhões de toneladas de aço, com destaque para os setores de automotores, máquinas e construção civil, que registraram aumentos de 12,1%, 1% e 4,1%, respectivamente.
O Instituto Aço Brasil também chamou a atenção para a situação internacional, especialmente o crescimento da China, que apresentou uma variação de 1.863% no consumo de aço nos últimos 43 anos, o que tem gerado preocupações no Brasil. A dominância chinesa nas exportações de aço foi considerada uma prática predatória pelo presidente executivo do instituto. Além disso, o Brasil tem enfrentado desafios em relação à transição energética, com o setor de aço e ferro respondendo por 4% das emissões de gases de efeito estufa no país, enquanto o setor globalmente representa 7%. O Instituto ressaltou a necessidade de estabelecer metas realistas para a descarbonização, evitando cobranças desproporcionais a certos setores, como o agronegócio e a energia, que são responsáveis por emissões maiores.
Para avançar na transição energética, o Instituto Aço Brasil propôs alternativas como o uso do hidrogênio no processo de descarbonização do aço, embora tenha criticado o monopólio da Petrobras no fornecimento desse recurso. Estima-se que o setor de aço necessite de um investimento de R$ 180 bilhões para viabilizar a transição para fontes de energia limpa. O exemplo dos Estados Unidos, que aproveitou a sucata de veículos para reduzir emissões, foi citado como uma possível solução complementar. O Instituto enfatizou que qualquer meta de descarbonização a ser adotada deve ser atingível e compatível com as capacidades do setor, para garantir um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental.