A Terra Indígena Sete de Setembro, localizada em Rondônia e habitada pelo povo Paiter Suruí, enfrentou um aumento significativo da destruição causada pelo garimpo ilegal nos últimos meses. De janeiro a outubro de 2024, a área devastada passou de aproximadamente 79.357 hectares para 102.865 hectares, o que representa uma extensão maior que 102 campos de futebol. A Associação Kanindé, por meio de geoprocessamento, monitorou essa devastação e alertou sobre as consequências graves para o meio ambiente e as comunidades indígenas.
Esse avanço do garimpo ilegal tem causado sérios impactos na saúde, segurança alimentar e cultura dos Paiter Suruí. A exploração indiscriminada afeta diretamente a floresta, que é fundamental para a subsistência dos indígenas, além de colocar em risco práticas tradicionais como a agricultura familiar e o extrativismo sustentável. Os Paiter Suruí, que possuem uma conexão profunda com a terra e os recursos naturais, têm vivenciado esses desafios desde o primeiro contato com os não indígenas, em 1969.
A Terra Indígena Sete de Setembro foi demarcada oficialmente em 1976 e é vital para a preservação do modo de vida dos Paiter. Atualmente, eles buscam alternativas sustentáveis para manter suas tradições, utilizando os recursos da floresta para sua alimentação, renda e produção artesanal. No entanto, a crescente invasão do garimpo ilegal compromete essa convivência harmônica com a natureza, trazendo sérias ameaças à integridade do território e à forma de vida desses povos.