Nos últimos dias, dois incidentes em que o asfalto cedeu e caminhões ficaram presos chamaram a atenção para a qualidade da pavimentação em Ribeirão Preto (SP). O engenheiro civil José Roberto Romero, chamado para avaliar os locais, apontou que o pavimento, além de ser inadequado para suportar cargas pesadas, foi mal executado, sem a devida estrutura de base e sub-base. O especialista destacou que o uso incorreto de apoio, como a patola (estrutura de ferro para apoio de carretas), também contribuiu para os danos. Além disso, a falta de drenagem e a deterioração de sarjetas nas vias agravam a situação.
O problema foi observado em dois pontos diferentes: na Rua Alfredo Mantovani, no Jardim Califórnia, onde um caminhão ficou preso após o pavimento ceder, e no Jardim São Luiz, onde um caminhão tombou no início de dezembro. Em ambos os casos, a camada de asfalto se mostrou fina e incapaz de suportar o peso dos veículos, com o recapeamento recente não atendendo às novas exigências do tráfego mais pesado. Romero alertou que a cidade precisa de uma evolução nos processos de pavimentação para atender ao aumento do volume e peso dos veículos.
Em resposta, a Secretaria de Infraestrutura do município afirmou que os serviços de recapeamento e tapa-buracos são realizados com base em critérios técnicos e em conformidade com as exigências legais. No entanto, o engenheiro sugeriu que medidas preventivas, como a realização de ensaios de diagnóstico nas vias, poderiam ajudar a evitar problemas recorrentes. Esse tipo de análise, segundo ele, ajudaria a determinar a necessidade de reforço na estrutura do pavimento para garantir maior durabilidade e segurança.