O artista plástico baiano Ladário Brites, conhecido por suas montagens inovadoras de presépios, propôs uma releitura única para o Natal deste ano. Incorporando elementos inspirados nas tecnologias de empresas de Elon Musk, como SpaceX e Tesla, Ladário substituiu figuras tradicionais, como camelos e ovelhas, por carros futuristas e drones. A manjedoura onde o menino Jesus nasce é representada por um foguete, enquanto a estrela de Belém é agora um drone. Além disso, José, o pai de Jesus, aparece com um chip Neuralink, aludindo à tecnologia de interface neural da empresa de Musk.
Com 65 anos, Ladário não vê os presépios como um ato de adoração, mas como uma ferramenta para expressar suas ideias e reflexões sobre a sociedade contemporânea. Em suas montagens passadas, ele abordou temas como violência policial e desigualdade social. Este ano, a inspiração veio do impacto das inovações tecnológicas e da crescente digitalização das relações humanas. Para ele, a crítica à modernidade está presente em elementos como os Reis Magos viajando em um Robovan, veículo autônomo da Tesla, e a figura de Papai Noel cercada por dólares.
A montagem também conta com uma trilha sonora criada com a ajuda de inteligência artificial, que inclui versos que refletem a relação entre fé e tecnologia. Ladário destaca que, embora os homens possam ser substituídos por máquinas, o menino Jesus permanece intocável e insubstituível, reforçando sua mensagem sobre a importância da espiritualidade em um mundo cada vez mais tecnológico. A obra, portanto, vai além da estética natalina, trazendo uma reflexão crítica sobre a sociedade e a inovação.