Armas de plástico com balas de gel têm se tornado uma febre em várias cidades brasileiras, sendo comercializadas em lojas populares e brinquedotecas. Apesar do apelo entre crianças, adolescentes e até adultos, o produto apresenta riscos significativos, como hematomas e possíveis lesões oculares graves. Autoridades e especialistas têm alertado para o uso inadequado e irresponsável, especialmente em brincadeiras que simulam confrontos, levando a preocupações com a segurança pública e possíveis implicações legais.
A popularização dessas armas também traz questões quanto à descaracterização do produto, que pode ser pintado para se assemelhar a armas de fogo reais. Essa prática aumenta o risco de incidentes e pode levar à intervenção policial. A Polícia Civil esclareceu que, embora a venda e o porte não configurem crime, ocorrências derivadas do uso, como lesões ou perturbação do sossego, serão investigadas caso a caso. Paralelamente, há dúvidas sobre a classificação do produto, que, segundo o Inmetro, não é considerado brinquedo, e que tem exibido selos falsificados indicando conformidade com normas de segurança.
O Inmetro reforça que réplicas de armas com projéteis de gel são mais próximas de equipamentos regulamentados como airsoft e paintball, sujeitos a regulamentações específicas fora do escopo do instituto. A Portaria nº 302 de 2021 estabelece critérios para brinquedos que imitam armas, mas destaca que imitações de armas de fogo não são classificadas como brinquedos. Apesar da indicação de uso para maiores de 14 anos, há confusão nas embalagens, com etiquetas sugerindo uso para crianças a partir de 3 anos, o que agrava as preocupações sobre a segurança e a regulamentação do produto.