O Banco Central da Argentina realizou a venda de cerca de US$ 803 milhões em reservas cambiais nesta semana para atender ao aumento na demanda por dólares, principalmente da indústria automotiva, após a eliminação de um imposto sobre importações. A intervenção ocorreu em três dias consecutivos, culminando na maior venda diária de reservas estrangeiras desde 2019, em um esforço para sustentar o mercado frente às crescentes obrigações financeiras.
O movimento ocorre em um contexto de pressão sobre as reservas líquidas do país, cuja escassez preocupa investidores e dificulta a atração de capital externo. A Argentina enfrenta pagamentos significativos a detentores de títulos soberanos, com cerca de US$ 4,5 bilhões vencendo em pouco mais de duas semanas. Essa situação é agravada por estimativas que apontam para um déficit nas reservas líquidas, variando de US$ 4,6 bilhões a US$ 10,4 bilhões, dependendo do critério adotado.
Embora as reformas econômicas tenham recebido elogios por sua ousadia, o desafio de reabastecer as reservas cambiais permanece crítico para o país. A pressão cambial também se reflete no mercado paralelo, onde o peso argentino atingiu 1.185 pesos por dólar, evidenciando a instabilidade financeira que o governo busca mitigar enquanto enfrenta as demandas de curto prazo.