O Ministério das Relações Exteriores da Argentina denunciou nesta sexta-feira (13) a prisão de um funcionário da sua embaixada na Venezuela, cuja representação diplomática está sob tutela do Brasil desde agosto, após o governo venezuelano expulsar os diplomatas argentinos. A chancelaria argentina não revelou a identidade do trabalhador nem os detalhes exatos da prisão, mas afirmou que o incidente representa uma grave violação das normas internacionais que garantem a proteção das missões diplomáticas e seus funcionários. A Argentina também ressaltou que o episódio faz parte de uma pressão contínua contra os opositores venezuelanos asilados na embaixada, incluindo integrantes da oposição.
O governo argentino também denunciou a presença de franco-atiradores em frente à embaixada e a ocupação ilegal de imóveis próximos, criando um cerco com o intuito de intimidar as pessoas no interior da missão diplomática. A situação tem se agravado, com os asilados relatando dificuldades como a restrição ao fornecimento de alimentos e água potável, além de relatos de agentes de segurança bloqueando entregas e acusando os envolvidos de atividades terroristas. A Argentina pediu explicações ao governo venezuelano, que ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
O Brasil, que tem sido responsável pela custódia da embaixada argentina desde a expulsão dos diplomatas, afirmou que só deixará de representar os interesses da Argentina na Venezuela após um acordo entre os governos de Caracas e Buenos Aires para a designação de um novo país responsável pela missão. A tensão diplomática continua a aumentar, especialmente após tentativas do governo de Maduro de revogar a autorização do Brasil para custodiar a embaixada, com alegações de que a sede estaria sendo usada para atividades ilegais.