Um estudo recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que, entre 2022 e 2023, a apreensão de cocaína na Amazônia Legal aumentou 5%, totalizando cerca de 33,8 toneladas apreendidas. O aumento foi notável em estados como Amazonas, onde as apreensões cresceram 50,8%, e Amapá, com alta de 32,9%. No entanto, em outros estados, como Pará e Roraima, houve quedas significativas nas apreensões de drogas. O crescimento nas apreensões pode refletir tanto uma intensificação no tráfico de drogas quanto uma melhoria na atuação das forças de segurança.
Em relação à violência, a região registrou uma redução de 6,2% nas mortes violentas intencionais, mas a taxa de homicídios na Amazônia Legal ainda é superior à média nacional, com 32,3 mortes a cada 100 mil habitantes. A presença de facções criminosas tem sido um fator importante na violência, com um aumento de 46% na presença desses grupos na região. Ao todo, 260 municípios da Amazônia Legal estão sob influência de facções, o que contribui para a disputa e aumento de crimes violentos.
Além dos dados sobre tráfico e violência, o estudo também destacou outras questões preocupantes, como a violência contra a mulher, com uma leve queda nos homicídios femininos, mas ainda acima da média nacional em feminicídios. A pesquisa também trouxe à tona problemas ambientais, como a presença de propriedades rurais ilegais em terras indígenas e áreas de proteção ambiental, além do aumento de pistas de pouso relacionadas ao garimpo ilegal, especialmente no estado de Roraima. A violência contra povos indígenas também permanece um problema significativo na região, com a Amazônia concentrando mais da metade das vítimas indígenas no Brasil.