Um aplicativo desenvolvido no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP) tem como objetivo traduzir sons em vibrações perceptíveis em smartphones, facilitando o acesso de pessoas com deficiência auditiva ao universo musical e sonoro. O sistema, batizado de Timbrasom, opera de forma simples, sem a necessidade de processadores potentes, e já oferece suas funcionalidades principais, como a tradução de sons ambientes e a conversão de áudio de outros aplicativos, como YouTube e Netflix, em vibrações.
A ideia surgiu a partir da experiência de um dos desenvolvedores no Laboratório Bioma da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP e foi aprimorada em um hackathon focado na inclusão musical. A tecnologia foi testada com sucesso em uma apresentação da Utah Symphony, nos Estados Unidos, onde traduziu as frequências do violino para espectadores com deficiência auditiva. Além de promover a inclusão musical, o aplicativo também oferece novas experiências sensoriais para pessoas sem deficiência auditiva, permitindo-lhes sentir a música na palma da mão.
O projeto, que continua a evoluir, possui planos para expandir suas funcionalidades. Está em negociação a adaptação da tecnologia para comandos de carros, a fim de permitir que motoristas surdos percebam sons internos e externos do veículo. Além disso, estão sendo desenvolvidos braceletes conectados via Bluetooth e projetos de integração com óculos que exibem legendas simultâneas, oferecendo uma experiência multimodal que combina vibração, texto e Libras. Essas inovações visam ampliar ainda mais as possibilidades de inclusão social e sensorial para diferentes públicos.