A destinação de animais silvestres resgatados ou entregues voluntariamente no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres de Santa Catarina (Cetas/SC) é um desafio constante para o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). Muitos desses animais, devido a condições de saúde, comportamento ou questões relacionadas à distribuição natural da espécie, não podem ser reintroduzidos na natureza. Nesses casos, o encaminhamento para zoológicos é uma solução viável, desde que cumpram requisitos rigorosos de estrutura, manejo e cuidados veterinários.
Espécies exóticas, como a cobra-do-milho, enfrentam restrições adicionais devido ao risco de desequilíbrio ecológico em caso de soltura inadequada. Da mesma forma, espécies nativas ameaçadas de extinção, como o papagaio-de-peito-roxo, só podem ser reintroduzidas mediante projetos específicos de conservação. Enquanto aguardam essas iniciativas, são destinadas a zoológicos autorizados, onde recebem cuidados especializados. Em 2024, o Cetas/SC já tratou mais de dois mil animais, devolvendo 441 deles ao meio natural.
A integração entre órgãos ambientais, zoológicos e a sociedade é fundamental para o manejo sustentável da fauna. Além de acolherem animais que não podem retornar à natureza, os zoológicos têm papel educativo, sensibilizando a população sobre a preservação ambiental. A denúncia de práticas ilegais envolvendo fauna silvestre, como a comercialização não autorizada, é essencial para a fiscalização, podendo ser feita diretamente na Ouvidoria do Estado.