Cientistas estão intensificando a vigilância da gripe aviária em aves migratórias, especialmente na Baía de Delaware, nos Estados Unidos, um local estratégico onde centenas de milhares de aves param para se alimentar de ovos de caranguejos-ferradura durante a migração. Esse processo ajuda os pesquisadores a rastrear o vírus da influenza, que é excretado no guano dessas aves e pode oferecer sinais precoces de novas cepas que representam ameaças à saúde global. Equipes de pesquisa, como a do St. Jude Children’s Research Hospital, coletam e analisam amostras há décadas, contribuindo para o monitoramento de mutações virais e auxiliando na prevenção de possíveis pandemias.
Nos últimos anos, o vírus H5N1 tem causado preocupação crescente devido à sua alta patogenicidade em aves e sua capacidade de infectar mamíferos, incluindo casos isolados em humanos. Apesar de esforços rigorosos para conter surtos, como o abate de aves infectadas, o H5N1 continua se espalhando, agora alcançando até gado leiteiro em algumas regiões dos EUA. Pesquisadores destacam que aves selvagens atuam como reservatórios do vírus, transportando-o ao longo de rotas migratórias e contribuindo para a sua persistência em diferentes populações animais.
Além de monitorar as mutações do vírus, estudos recentes indicam que o H5N1 está se diversificando em novos genótipos, como o D1.1, encontrado em humanos e aves selvagens. Apesar de ainda não haver transmissão sustentada entre pessoas, cientistas alertam para o risco de uma mutação que facilite essa transmissão, reforçando a importância da vigilância contínua. Projetos como os realizados na Baía de Delaware são essenciais para entender a ecologia do vírus, prever cenários de risco e preparar estratégias para mitigar futuras ameaças à saúde pública.