A Anistia Internacional divulgou um relatório detalhado que afirma ter reunido evidências suficientes para classificar as ações de Israel em Gaza como genocídio contra o povo palestino. A organização documentou diversos casos em que as forças israelenses, entre outubro de 2023 e julho de 2024, teriam cometido atos de assassinato em massa, sofrimento físico e mental grave, e criado condições de vida que visam à destruição parcial ou total da população palestina. O governo israelense, por sua vez, rejeitou as acusações, alegando que as alegações ignoram os desafios operacionais enfrentados pelos militares.
O relatório de 296 páginas descreve ataques aéreos e terrestres indiscriminados, destruição de infraestrutura civil e deslocamento forçado em massa de palestinos, o que, segundo a Anistia, caracteriza uma violação sistemática das normas internacionais de direitos humanos e do direito internacional humanitário. Além disso, a organização denuncia a obstrução da ajuda humanitária e o uso de armas explosivas em áreas densamente povoadas, contribuindo para um grande número de mortos e feridos, especialmente entre mulheres e crianças. Os números da guerra indicam um alto impacto humano, com mais de 44 mil mortos e 100 mil feridos até o meio de 2024.
A Anistia Internacional destacou que a campanha militar israelense se alinha com a definição de genocídio prevista na Convenção da ONU de 1948, argumentando que as ações de Israel têm como objetivo destruir o povo palestino. Embora outras organizações e países tenham feito alegações semelhantes, o governo de Israel defende que suas operações estão dentro da legalidade e que os ataques são direcionados a alvos militares. A situação humanitária em Gaza continua a se agravar, e a Anistia fez um apelo à comunidade internacional para interromper o apoio a Israel enquanto as acusações de genocídio não são investigadas de maneira imparcial.