Uma artista brasileira está sendo investigada pelo Ministério Público da Bahia por possíveis atos de intolerância religiosa relacionados à alteração de uma música de seu repertório. A mudança, que substitui uma menção ao orixá Iemanjá pelo nome de Jesus em hebraico, levantou questionamentos sobre respeito às religiões de matriz africana. A denúncia partiu de grupos que consideram a alteração um desrespeito à cultura afro-brasileira, especialmente no contexto da axé music, gênero onde referências a orixás são comuns.
Em resposta, a artista, que já declarou publicamente sua fé cristã neopentecostal, alegou tratar o racismo como uma pauta séria e enfatizou a importância de valores como respeito e solidariedade. Contudo, seu posicionamento foi considerado vago e não abordou diretamente o motivo da alteração na letra da música, gerando mais críticas e discussões nas redes sociais e entre especialistas.
O caso traz à tona um debate mais amplo sobre a liberdade de expressão artística e o respeito às raízes culturais da axé music, gênero que mistura elementos afro-brasileiros. As reações indicam que há uma necessidade de diálogo mais profundo sobre a convivência entre diferentes manifestações culturais e religiosas no país, especialmente em um cenário musical que historicamente celebra a diversidade.