O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, se manifestou contra o aumento da taxa Selic, que foi elevada para 12,25% esta semana, e destacou que espera um cenário mais equilibrado no próximo ano, com as mudanças previstas na presidência do Banco Central (BC). Para Alckmin, o atual patamar da taxa de juros inibe o investimento, o que pode prejudicar a economia a médio e longo prazo.
A elevação da Selic, decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, foi uma resposta ao ambiente fiscal, mas o ministro considera que tal medida acarreta um aumento significativo da dívida pública. Segundo ele, cada ponto porcentual de aumento na taxa representa um acréscimo de R$ 50 bilhões na dívida do governo, o que, na sua visão, pode ser um erro estratégico. Alckmin também criticou o modelo de política monetária vigente, que, segundo ele, leva em consideração variáveis como alimentos e energia, cuja volatilidade está muitas vezes relacionada ao clima e a fatores geopolíticos, algo que não ocorre nos Estados Unidos, por exemplo.
O posicionamento de Alckmin sobre a elevação da taxa Selic foi reforçado por uma moção crítica aprovada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), órgão presidido pelo vice-presidente. A moção foi endossada por representantes de 20 ministérios e 21 entidades da sociedade civil, refletindo um consenso entre setores da economia e da sociedade sobre os efeitos adversos da alta dos juros para o desenvolvimento industrial e o crescimento econômico.