O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, expressou críticas à recente elevação da taxa Selic para 12,25% e destacou a necessidade de uma política monetária mais equilibrada no próximo ano, após as mudanças na presidência do Banco Central (BC). Em discurso na Superintendência da Zona Franca de Manaus, Alckmin afirmou que a taxa elevada pode inibir o investimento e que espera uma postura mais razoável com a nova composição da instituição, prevista para 2025. A mudança envolverá a entrada de novos diretores e a presidência de Gabriel Galípolo.
Alckmin também argumentou que a decisão de aumentar a Selic em resposta ao ambiente fiscal é um erro, já que esse ajuste pode elevar a dívida pública em R$ 50 bilhões. Ele criticou o atual modelo de política monetária, que leva em conta variáveis como os preços de alimentos e energia, que são fortemente impactados por fatores climáticos e geopolíticos. Para o ministro, o aumento dos juros não resolve esses problemas, que são independentes do consumo interno e da política monetária.
A elevação da taxa já havia gerado reações negativas no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), presidido por Alckmin. Em uma reunião extraordinária, o conselho aprovou por unanimidade uma moção crítica à medida, destacando a preocupação de representantes de diversos ministérios e entidades da sociedade civil. O posicionamento reflete um descontentamento com a atual política monetária e reforça a pressão por ajustes mais adequados às necessidades econômicas do país.